O liberalismo é uma tentação. A livre concorrência privada favorece, em termos gerais, a qualidade e a quantidade dos produtos, pelo menos no que diz respeito à sua relação com o preço. Uma equação que parece simples: a competição potencia os mais fortes garantindo a prevalência da sobrevivência da espécie que o bom do consumo permite – associação natural ao darwinismo. Contudo, se considerarmos que qualquer coisa de ético se criou com o humano, devemos reparar nos espaços negros deste tabuleiro: os cativeiros do trabalhador. Estando inserido no sistema que compete, a sua força de trabalho é aproveitada no seu máximo de tolerância a um baixo ordenado, a que corresponderá um maior lucro da empresa, nunca distribuído verdadeiramente, antes capitalizado em novos investimentos ou absorvido pelo proprietário. Por isso, o cidadão, na sua dupla condição de consumidor/trabalhador, vê retirar-se-lhe com uma mão o que se lhe dá com a outra. A tal que é invisível, decerto.
sábado, setembro 15, 2007
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