A civilização inutilizou certas funcionalidades do nosso corpo. E a paz, tendências dos nossos povos. Porque o corpo constituiu-se, em maioria temporal, como organismo activo fisicamente na luta pela sobrevivência, a substituição dos instrumentos musculares deste esforço por instrumentos mentais fez com que a propensão para o movimento não encontrasse concretização. Curiosamente, isso prejudicou o corpo. Daí a simulação: o exercício físico – o qual não passa dum engano sobre um sistema de forças que se acha funcionalmente activo, mantendo-se, todavia, na prática inútil do ginásio. A paz, essa, ao substituir a guerra em algumas sociedades, deu lugar a outra simulação: a do desporto – intuito guerreiro amansado no jogo, também eivado de dimensões corporais. Assim, desviámos os instintos mais primários na direcção da acção destituída dos objectivos dela decorrentes, antes consequência da necessidade de manter a natureza iludida, isto é, funcional.
terça-feira, maio 22, 2007
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