Acordando um pensamento com um exemplo, repara-se que uma dada extensão de texto ocupa menos espaço na memória do computador do que uma imagem de extensão semelhante. A analogia insurge-se quando se despoleta um aforismo invertido sobre o poder criador do verbo: uma imagem ocupa o mesmo que mil palavras, mas mil palavras dizem mais do que uma imagem. Pois, considerando as potencialidades sinápticas do espírito, o discurso parece dinamizar mais esse evento do que a imagem, predominantemente imposta como estrutura – apesar de, no caso do cinema, se apresentar como movimento externo, não se dá a tantas ligações internas. Deve-se ter em conta, portanto, o que a palavra deixa à imaginação. Esta é por natureza estilhaço mental e mais dependente daquela para criar imagens internas do que de qualqer imagem externa. Claro que a comparação da mente com a informática é redutora para o humano, mas neste caso serve. Isto porque a polissemia e a economia do verbo são tão contundentemente potentes que, até na concretização tecnológica da humanidade, não a largam.
sábado, maio 26, 2007
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