sábado, janeiro 28, 2006

A cegueira da pele

Um dia, vamos em nós, e vemos surgir nesse mesmo o inesperado, como que uma camada que, apesar de rente ao corpo, nos parece estranha. Avançamos, não como num outro, mas como num líquido arenoso e desconhecido que se evapora e nos tolhe a vista. Um rio bem nosso, demasiado nosso. E não queremos. Assim vamos e não temos olhos. Damos um passo e tocamos a sombra do nada. Nele descobrimos que nem mesmo diante do espelho temos certezas. Somos incógnitas brancas. "Eu sou" não é um decreto, é um esforço, uma parábola contínua que agarramos às mão e que, muitas vezes sofregamente, vamos chegando à pele, onde a figura desenhada se pode, finalmente, confundir connosco.

1 comentário:

Alexandra Baptista disse...

O meu comentário é formal:
http://myblogcaderninhos.blogspot.com/2006/01/um-esforo.html,
espero ter compreendido o teu Post.