Se a confiança expande o mundo como futuro sustentador de um presente mais denso, a desconfiança suspende-o na retaguarda amesquinhando-o criticamente. Contudo, existe a experiência, e as concepções absolutas tanto de uma como de outra perdem-se no reduto iniciático da ingenuidade. Assim, vivemos sob duas espadas: a que nos segura temerariamente e a que nos faz avançar criativamente. Por outro lado, como alguém me disse, sentir demasiado as duas lâminas pode ser consequência duma projecção excessiva do futuro, duma hiper-planificação, a qual redunda numa fixação que obriga à maior confiança possível, logo, paradoxalmente, à maior desconfiança possível: a psicótica. Num sentido inverso, albergarmos nossa esperança na pequena grandeza do presente é embelezarmos o imediato e tocarmos a confiança mais original e derradeira, aquela que, no agora, percebe na existência toda uma estética, porque palpável, e toda uma ética, porque visível.
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
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