sábado, fevereiro 11, 2006

As vozes que vivem

Actualmente, encontramo-nos perante um problema de comunicação em liberdade. Uma encruzilhada colocada pelo terrorismo. A questão é: a liberdade de expressão deve existir sob que condições (reconhecendo o paradoxo deste condicionamento)? Respondendo: por um lado, temerariamente, defendo a sua limitação, pelas razões expostas aqui; por outro, sou a favor da sua não restrição. A primeira resposta, claro, elimina a segunda. Mas determina-se por razões diferentes, isto é, do lado das vítimas e num registo de sustentação da sobrevivência. Isto porque a comunicação é parte integrante da acção terrorista e não um seu apêndice estritamente informativo. A segunda resposta, embora já conspurcada pela primeira, apoia-se na necessidade de garantir a liberdade de expressão no campo duma sociedade civil democrática e pacífica. Esta liberdade deve viver em todos e atingir qualquer um, incluindo quem não a aceita por reserva fundamentalista. Porque é crítica, só pode ser protegida. Essa é a única garantia de que se assegura para a sociedade a maior expansão possível da dimensão discursivo-ontológica dos seus viventes – motor de um mundo do Homem sempre em aberto e em construção dialogante.

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