O mundo que os nossos pais nos prepararam é uma rajada de vento muito forte sobre um telhado em início de calvície. Lançaram-nos sobre a velocidade que nem eles próprios previram ou de facto desejaram. O que eles queriam era apenas uma composição de objectos rápidos onde pessoas descansadas pudessem pernoitar na noite moderna dos encantamentos. Mas como resultado tiveram um dia contínuo de olhos abertos à insónia, suas criaturas escravas das máquinas onde não se sentam e uma correria de mãos dadas a um cansaço inglório. Por isso, uma centelha de desilusão lhes deveria picotar a reforma, visto que - pelo menos isso - a souberam resguardar tão bem, coisa que a nós não parece destinada. De qualquer modo, ainda podemos tentar agarrar umas telhas, recomeçar um telhado qualquer onde cairmos e construir de princípio um Portugal do avesso.
sexta-feira, janeiro 19, 2007
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