Quando alguém afirmar desgostar do modo como aparece numa fotografia, há que dizer-lhe, calmamente, que aquela folha não passa duma representação, duma imagem técnica que, além de apenas reproduzir uma perspectiva tecnologicamente produzida, é muito menos real do que, por exemplo, a representação conseguida por um vídeo, o qual não deixa, contudo, de ser irreal. A aflição individual surge porque, na verdade, aquilo que cada um avalia quando se observa numa imagem técnica é a forma como os outros o vêem no dia-a-dia, partindo do princípio que essa imagem o copia. Ora, no quotidiano o que se visualiza são pessoas com todas as dimensões e nenhuma a menos, corpos em movimento e não fixados num instante, imagens dinâmicas e com profundidade, em vez de reificações icónias demonstrativas. Daí que, do ponto de vista ontológico, a verdade seja outra, longe da fotografia e um pouco mais próxima do filme.
sexta-feira, março 02, 2007
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