sábado, agosto 25, 2007

Eduardo Prado Coelho (1944 – 2007)

A minha relação pessoal com Eduardo Prado Coelho não existia. Mas ele parecia, aparecia, como construção dos seus textos, quotidianamente perto. A princípio, provocando uma admiração solene. No fim, uma certa irritação, mas sempre desculpável, como acontece com os amigos - imaginável neste caso. Falava demasiado da sua vida, defendia escandalosamente os próximos e até se debruçava de modo hermenêutico sobre novelas. Mas estava lá, presente, demasiado presente, descobri hoje. Senti o seu falecimento como altamente inoportuno, como se descobrisse a morte como realidade geral e isso me ferisse estranhamente. Além disso, surpreendi-me com a ausência de banalidade nessa reacção. Afinal de contas, era apenas mais um desconhecido mediático que morria. Mas não, pelos vistos não, ele era qualquer coisa mais, talvez mais humana, cheia dos bons defeitos do humano que agora já não irritam.

1 comentário:

Squid Head disse...

Concordo plenamente. Também senti algo semelhante.

Cumprimentos