Um documento cujo traçado narrativo é uma autêntica fenomenologia das emoções e das razões presentes na vivência ideológica e social do comunismo. Primeiro, a crença e, a seu lado, a emoção, quase lacrimosa, duma esperança amalgamada em povo, em que se perspectiva no outro a possibilidade dele ser um mesmo de boa fé pronto a uma realidade paradisíaca: tomando a igualdade pelo bom. Segundo, o esforço de organização e racionalização do trabalho e da distribuição dos bens de modo a garantir a desejada equidade que ponha a salvo do conflito e da injustiça a utopia programada. Terceiro, o desencontro interno e entre si dos dois pontos anteriores: a solidariedade resvala em pequenos actos de cobiça e inveja, a equidade depara-se com as naturais dificuldades dum cálculo distributivo necessariamente complexo e a vontade e a razão não encontram entre si o espaço de encaixe. Enfim, os Homens não mereceram as grandes ideias e acabaram todos na prisão.
sexta-feira, agosto 17, 2007
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1 comentário:
Bom texto.
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