sexta-feira, julho 08, 2005

Londres

E se poucos soubessem? E se ninguém ouvisse falar deles? E se a bomba fosse apenas uma palavra que nos chegasse como identificação ou registo minimalista, sem imagem, sem sangue, sem expressão dantesca? E se o horror efectivo não contagiasse mais do que as vítimas de primeiro grau? E se o terrorista, aquele que quer provocar o assombro, agudizando ao limite a psicologia do medo, não tivesse voz, não tivesse meio, se a rede de comunicação o limitasse a uma conversa com o vizinho? E se as células terroristas, já sem centro, tivessem menos meios de propaganda, menos palavra para passar entre os átomos isolados que esperam activação e expansão? Qual o limite da liberdade de expressão? Qual o limite do relativismo e da liberdade de valores? Qual o limite de Deus? Qual o limite da vida humana? Sem mais: a vida humana.

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