quinta-feira, março 09, 2006

Não ver para querer

No movimento de avanço encantado, o não revelado esconde-se como promessa e motivo derradeiro por trás do visível, o qual não vale, por si só, o tempo de o viver. Assim, a redução de qualquer realidade à sua imediata aparição mortifica-a, elimina-a do futuro à custa da reificação absoluta do seu presente: és o que vejo, por inteiro, logo tudo mais é previsível, está feito. E o tempo pára. Para que este seja sempre e se dinamize na originalidade adivinhada na corrida em anseio, a promessa tem que permanecer visível na espuma do ente, mas somente para anunciar o invisível, o braço do possível, onde o tempo, o desejo e o novo infinitizam o chão do caminhante finito.

1 comentário:

Rita Pessoa disse...

contradições ou paradoxos...