P: Não sabe, mas vai. E quer outras palavras junto àquele corpo, as que o digam como único, diferente dos termos de sempre, impossivelmente singulares. Mas nada diz. O silêncio é escuro, é murro. Apenas o corpo emerge, talvez luz, talvez carícia, som. E, subitamente, o medo, o não saber total, um rodopio em torno do fogo em que cai a noite escolhida sem vontade, na corrida. Queda interminável, qualquer coisa na vida que se escreve trágica, irresistível e mortal; conscientemente dolorosa, mas inevitável. E aquele que não se resigna agarra no mar como se fosse terra, no fundo-superfície como se fosse meio. E diz: grita.
RC: Grito surdo, obsceno até. Perfura até ao centro da terra. Mas ninguém ouve, ninguém sabe. Intraduzível. Só quem grita este grito de tal proporção, mas insonoro, sente, mas não expande. A expansão é transmissão. Gritar é um acto de liberdade. Logo grita. Até alguém ouvir e partilhar dessa emoção.
RC: Grito surdo, obsceno até. Perfura até ao centro da terra. Mas ninguém ouve, ninguém sabe. Intraduzível. Só quem grita este grito de tal proporção, mas insonoro, sente, mas não expande. A expansão é transmissão. Gritar é um acto de liberdade. Logo grita. Até alguém ouvir e partilhar dessa emoção.
1 comentário:
O silêncio também é um acto de liberdade...
E no diálogo parece determinar-se em partilha a emoção.
Ouve-se!
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