quarta-feira, julho 12, 2006

Gosto de ti (e isto não é um título)

Explicação: um dia cometi o erro de assistir a uma oficina de poesia, em Coimbra, onde pensei poder participar com alguma regularidade. Desde logo perdi a vontade. Não é que a digníssima senhora que governava aquele pequeno castelo teve a desfaçatez de dizer que achava incompreensível que ainda existissem poetas que escrevessem poemas de amor?! Nem mesmo Pessoa foi tão ridículo. Isto a propósito dessa espécie de higiene muito pouco limpa que leva a que britanicamente se ache que certos sentimentos devem ficar guardados na caixinha negra de quem os tem, por parecem estranhos, por trazerem bizarrias ao ouvido, informalidades íntimas que fazem tropeçar normalidades seguras. Por isso, neste contexto, por fora, passa por idiota, e por dentro, por corajoso, aquele que disser, no espaço o mais minimamente público: gosto de ti.

1 comentário:

Anónimo disse...

É um comentário simples, mas não resisto a deixar explícita a minha opinião: realmente, há pessoas infinitamente ridículas - aquelas que, privando-se do prazer de partilhar com o mundo o que de mais bonito vai dentro de si, vivem da convencionalismos... que acabam,esses sim, por roçar o caricato, grotesco!!!