Primeiro que tudo, falamos de uma certa arte contemporânea como problema. Nisso ela interpela-nos. Contudo, mais do que isso, ela interpela-se, fala principalmente de si. Nesse acto, ela infringe-se, é negatividade sobre si própria, não suficientemente política, exteriorizada ou comprometida. Então a sua crítica torna-se conformada porque puro exercício de auto-reflexão. Por sua vez, aquela que não é crítica, está demasiado diluída no quotidiano, correspondendo à célebre premonição de uma estetização da vida, igualmente acomodada. Nisto, não é descabido perguntar se deve caber à arte algum papel minimamente revolucionário, espicaçante de mentalidades. Se sim, será importante perguntar também se o seu enrolamento não corresponderá à necessidade puramente social de o artista distinguir o seu estatuto através de uma produção simbólica hermética e profissional. Findando, há que esclarecer que, neste campo, todo o emprego do condicional é meramente reflexivo e, sempre, não performativo.
sábado, julho 08, 2006
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