Por várias razões, julgo que a escola, como a entendemos hoje, tem tendência a desaparecer. Primeiro, porque o saber passou da ortodoxia cultural à heterodoxia económica. O relativismo contemporâneo estilhaçou não só os princípios éticos universais como as erudições insubstituíveis. Hoje, o conhecimento reformula-se pragmático e funcional, de nascença destinado a um fim prático. Neste sentido, as disciplinas escolares passarão a resultar de necessidades estritamente económicas e não culturais, múltiplas realidades móveis dirigidas ao lucro. Segundo, porque deparamo-nos com a diluição do professor enquanto pessoa-exemplo e a sua metamorfose em mero mediador entre os alunos e os conteúdos curriculares. Esta realidade, pode, inclusive, torná-lo tão permutável quanto as disciplinas. Assim, não só a escola perderá robustez e enraizamento na tradição como a docência profissionalismo e mestria. Provavelmente, no futuro, a escola será um empresa de alto dinamismo geográfico e estrutural. E a cultura, uma coisa fora dela.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
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2 comentários:
Infelizmente parece que tudo se desenha de acordo com o teu Post.
* Parabéns pelo novo Design.
obrigado pelo parabéns.
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