Somos profissionais. Trabalhamos e, como tal, somos obrigados a encaixar nossos membros nas tabelas exigidas por cada função que desempenhamos. O curioso é que raras vezes essas tabelas coincidem com o nosso ser real. Para funcionar, distanciamo-nos da personalidade que se formou a partir da nossa experiência quotidiana extra-negócio (ócio), cujas bases são familiares, sociais e culturais, além de, obviamente, individuais. Nos termos desta pessoalidade não-funcional, construímo-nos e somos elaborados num sentido aberto e perscrutador, com algum nível de liberdade. Quando funcionamos, a grelha burocrático-racionalista contemporânea e desencantada instala-se nos nossos gestos e expressões, impondo à acção um olhar prévio programado, altamente planificador e muito menos livre. Nisto, há que ser actor, hipócrita e aparente, resguardando a autenticidade para a intimidade. Esta é uma das razões pelas quais o segredo é condição de liberdade. O trabalho é um outro e não um mesmo. É neste último que o próprio se faz e não naquele.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
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1 comentário:
Olá Pedro
É a primeira vez que visito o teu blog e ... gostei.
Concordo com tudo o que foi dito neste post.
No meu trabalho sinto-me como um pássaro engaiolado, e durante 8 horas (minimo) o meu Eu entra em contradição com o meu lado profissional.
Não fui talhada para isto, mas... as contas ao fim do mês ditam as regras.
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