Surge amiúde a proibição da expressão da religiosidade de cada um em espaços públicos, caminho acerrimamente seguido em França e insinuado noutros países. Acerca disso e contra isso: o fundamento da liberdade é o da expressão ontológica individual dentro dos limites ônticos dos que o rodeiam; como tal, qualquer manifestação, comunicacional ou vivencial, deve permitir-se desde que preserve a manifestação alheia - garantia de todas as singularidades; isto proporciona ao ser um aumento de potência ao nível da rugosidade e nuance da sua superfície e um desenvolvimento pleno da sua riqueza espontânea que mostra a complexidade da vida como nobreza empolgante – um "mais" qualitativo de dentro para fora; a religião é uma dessas manifestações; o Estado é outra; hoje, a religião é um espaço individual com movimento colectivo e o Estado um espaço colectivo com movimento individual; há, contudo, um ponto mínimo de cruzamento, que é entre o movimento colectivo da religião e o espaço colectivo do Estado; é nele que a expressão se concretiza em comunidade e onde o múltiplo social contemporâneo (várias religiões) pode ter coesão (numa mesma praça) ; assim, paradoxalmente, a expressão do diferente torna-se condição de semelhança; opostos que devem ser assegurados, porque pilares da liberdade.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
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