O indivíduo quer um lugar; trabalha, com braços e pernas enfiados no sistema laboral; compromete-se com pagamentos: casa, luz, água, gás, carro, coisas em geral e, claro, estômago (além de muitos outros, prolixos de narrar). E pronto, já está, nada o poderá libertar da máquina gigante sem motor ou condutor que alimenta não se sabe bem o quê e que sorve cada seu movimento prático. O indivíduo julga-se individual, livre, coitado. Mas nada. Não é. Apenas pode não escolher o passo que acaba por dar na previsibilidade medíocre de uma sociedade que celebra o vácuo como infindável conquista sobre si mesma. Que diz-lhe: “és um herói, o meu herói”. Ele acredita, por vezes. Quando incrédulo, ainda resiste nele a esperança inglória de que um dia o mundo pare, nem que seja por cinco minutos, só para ver quão especial ele é antes de tudo onde se enfiou como lugar.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
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