Por várias razões, aproximamo-nos duma sociedade onde se cruzam e aprofundam dados sobre a vida dos cidadãos com vista ao controlo e redução de actos ilícitos. Nisto, defende-se: se as pessoas não têm nada a esconder, não devem sentir-se incomodadas com a perscrutação. Quem não deve, não teme. Então, em busca da sociedade perfeita, exige-se a perfeição cujo critério de emergência resultou duma súmula de esquemas éticos acumulados durante séculos. Contudo, outra questão se coloca: e a privacidade, onde fica? Claro, precisamos dela, da sua individualidade. Por isso, devemos dispensar os olhos dos outros sobre nós. Isto porque ser indivíduo subentende a ocultação, quiçá o ilícito e decerto a mentira (supremo mal dum contemporâneo que se eiva de verdades científicas). O mais certo é que a falsidade existe e dela depende o espaço do singular, pois quer-se o acto de esconder para o de revelar e universalizar - lugar do social. Portanto, não há nada a fazer senão aceitar o a-legal como condição perfeita dum eu que também se forma a partir de dentro e não somente de fora.
terça-feira, julho 24, 2007
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