Olhando este blog, é repetitivo e contraditório. Talvez possa ser, inclusive, aborrecido quando volta redundantemente a falar do mesmo, da mesma maneira, e irritante nos momentos em que um post opõe-se descaradamente a outro. Palavras como “todavia”, “contudo”, “embora”, “evidentemente”, “claramente”, “exterior”, “interior” ou - aparentemente a favorita - “absoluto”, entre outras, e expressões como a dilemática “por um lado” e “por outro” salpicam como pilares incontornáveis quase todos os textos. Quanto aos temas, o autor parece obcecado por questões relacionadas com a morte, o tempo, a palavra e a imagem, sem esquecer que de vez em quando procura impressionar o leitor com textos de pendor literário e algumas metáforas sensualistas. As contradições, essas, revelam-se principalmente nas teses apresentadas no que toca às oposições filosóficas sensação/razão, imanência/transcendência e interior/exterior. Todavia, o mesmo – o autor, evidentemente – continuará a tentar rasgar do interior para o exterior o absoluto estilhaçado, intotal na sua totalidade, com a máxima originalidade possível, isto é (outra expressão farta), a que faça jus às particularidades do próprio, tão singulares como as de qualquer outro. Sempre na senda da sensação. Isto porque, ainda que, por um lado, ela nos engane na hora racional, é, por outro, nela que o único nasce mais próprio e onde é possível recolher na imanência das coisas a transcendência criada, dia a dia, como lugar de recolha em abertura. Como condição desta: a contradição, porque sim ou porque não.
domingo, fevereiro 26, 2006
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5 comentários:
O martelo não precisa de bater com tanta força, porque não e porque sim.
Não parece haver motivo para isso. São tão importantes as contradições, é nelas que se definem os motes de especulação.
É verdade que o autor impressiona «o leitor com textos de pendor literário e algumas metáforas sensualistas» mas, as metáforas - neste contexto - remetem-nos sempre para os pensamentos, ditos, filosóficos.
A obcessão por certas questões permite ou propõe, evidentemente, a sua «clarificação». Mas não, não parece um martelo, um martelo pode ser:
-um objecto de ferro com cabo de madeira cuja função não preciso de explicar;
-género de peixes seláceos esqualiformes;
-pessoa maçadora (em sentido figurado)
Espero que o autor não se encontre em estado de autofagia... não faz sentido.
Porque sim!
Não se trata de autofagia, mas sim de um exercício de auto-crítica que procura progressão e - concordo - um elogio da contradição. Bj
eu calculei que não fosse autofagia, foi o meu «pendor»..., claro que se identifica a procura no exercicio da autocritica.
Fica bem.
A dos ingleses está muito boa! Mas enquanto lia a tua "não autofagia" lembrei-me desse frágil equilíbrio (ou confronto) entre martelo e espelho, base de qualquer boa e sólida reflexão. abraço
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