Claro. Tentando: o Deus monoteísta é o perfeito todo-poderoso; os politeístas, por seu turno, apresentam antropomorfizações que os imperfeitam, perdendo algum poder na competição demasiado humana que vivem entre si. Então, quando falamos dos Deuses que queremos ser - e fazendo jus ao nosso ego gigante - falamos de uma mistura entre o Deus monoteísta e os deuses do politeísmo. Explicando: do primeiro, guardamos a perfeição e o poder total; dos segundos, a existência de vários, pois queremos ser perfeitos e todo-poderosos em relação a outros deuses, naturalmente não tão perfeitos nem tão poderosos. Queremos ganhar, o quê não importa, interessante é chegar primeiro, até que o céu desabe e nós fiquemos por cima. Claro que existe o problema da perfeição: o que é ser perfeito? É ser adorado, sem ser relevante o porquê, mas porque sim, quem adora lá sabe. Quanto a ser poderoso: mais não é que poder mudar tudo de uma vez sem que ninguém deixe de gostar. Exagero? Espero que sim…
quinta-feira, março 16, 2006
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7 comentários:
Eu referia-me apenas ao conceito: Deus, mas ainda não li tudo...
Estou de volta:
Será que queremos ser Deuses?
Foi a pergunta que te fiz um dia destes a propósito de um Post teu onde dizias que «...nunca havemos de ser deuses». Recorri ao conceito sem que ele se referenciasse no meu imaginário. Deus, enquanto entidade abstracta em que a única relação directa com o ser humano passa pela necessidade da sua existência.
Será que queremos aceder a esse plano do Divino?
Ganhar... ou chegar primeiro não me parecem preocupações divinas. Podendo ser uma «reciclagem» das concepções monoteísta e politeísta. Para mim, uma fusão entre profano e religioso e reconheço-me incapaz de resolver a questão.
Poder... têm as grandes nações porque podem alterar o rumo das coisas e - de algum modo - controlar tudo porque se regem pelo bélico e/ou económico. Isso é divino?
Ser adorado... sem ser questionado porque se é perfeito, isso parece ser divino.
Mas, não é o homem o «primeiro» a questionar(-se) ?
Então, reside aí uma impossibilidade!?
Quando falo de Deus ou deuses, não é dos Deus ou deuses em si, quer do ponto de vista abstracto, quer do ponto de vista concreto enquanto necessidades existenciais e concretizações religiosas. Falo dos Homens, de todos. Deus ou deuses são apenas critérios de máxima perfeição e mais alto poder, os quais servem de ponto de referência para uma conjectura que se centra essencialmente no ego do ser humano. Julgo que somos todos egolatras, contudo, não deixo de desejar e reconhecer como possibilidade a transformação deste ego em mundo, acção no mundo – movimento para fora que nos pode libertar de nós nos outros aproveitando as energias que nos podem fechar em nós. Nada disto é pessoal, é universal. Beijos
Truz, truz, truz... com licença, espero não incomodar mas, não falo de questões pessoais, falo de um «deus» global... se resulta do ego, da curiosidade, ou do receio humano (s) - pouco importa porque Deus é Deus e deve ser inumano.
1+1+1+1+1+1+1+(...)= todo?
o que é o 1?
o que é o todo?
Nunca incomodas, bem pelo contrário, a porta está sempre aberta. Mas volto a dizer: a questão que coloquei não é a de Deus mas a do ego dos Homens. Contudo, falando agora de Deus: no meu entender, Deus, se puder ser e naquilo que eu posso imaginar ver, a existir, não será o resultado da soma das partes, mas talvez a tal proposição da teoria dos conjuntos que diz que o todo não é o resultado da soma das partes, antes algo que vale por si só enquanto acrescento às partes, carácter próprio do orgânico, algo como 2+2=5.
Fantástico, assim já faz algum sentido.
Eu já tinha percebido que falavas do Ego dos homens, mas esse Ego por vezes é tão «grande» que mal se vê. É tão «autista» que aborrece!
Pode parecer que desconversei, mas fiquei um pouco baralhada com a tua resposta, apenas isso. Entretanto fiquei com outras tantas dúvidas, o que, também, é normal...
bj(S)
:))))
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