P: Cobriu o corpo de roupa e saiu. Já não o tinha. Depois de fazer do corpo o seu corpo – já não o mesmo, mas outro que possuía –, revestiu-o de um nome que os outros lhe deram e deixou-o delinear-se pelas ruas onde o chamavam. Enquanto ele, o próprio, sem nome ou identidade, ficou-se pela caixa fechada da surdez.
RC: Não. Não é amnésia. Não. Não trocou de identidade. Não. Não se apoderou de um corpo. Apenas descobriu que o que é só o é porque os outros existem. Existem antes dele e depois dele. Nada é sua posse. Nem o corpo, nem o nome. Nem a Deus pertence. Só à terra depois de morrer.
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