Por vezes, em momentos, ora longos, ora curtos, por razões, ora objectivas, ora subjectivas, assola-nos um sentimento que fecha um cortinado sobre aquilo que para nós se revestia dum sentido positivo, desabando, ora repentina, ora paulatinamente, todo um texto que nos fazia avançar com vitalidade. Nesses tempos, mesmo que uma distância inteligente nos garanta a relatividade dos traços e todas as oportunidades de sentido, algo insiste em nos prender a um presente cerrado e estranhamente obscuro. Nisto, a vida parece, pois, um leque que se fecha e abre ao sabor das possibilidades de caminho consciente, e a força de cada um mede-se pela capacidade de crer que a hipótese, que a razão nos diz existir, pode persistir por trás do escuro que amiúde nos cerca.
sexta-feira, maio 19, 2006
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