segunda-feira, novembro 27, 2006

Visão optimista do Inverno

O frio é da distância ao retorno encoberto e próximo. Afasta as coisas para longe da pele, onde a recusa se instala, mas obriga ao recolhimento nos tecidos, no calor abrigado e na ocultação do corpo por vezes partilhado. No Inverno somos mais civilização. A desadaptação do nosso físico torna-se mais evidente, por ele e só por ele não sobreviveria. A arquitectura, o vestuário e até a cozinha desvelam em absoluto a sua utilidade. Quando a chuva e o frio acontecem, cabemos todos na bola artificial e minimamente protectora das conquistas históricas renovadas. Claro que o imprevisto surge. Mas é excepção que confirma a regra: em geral, estamos seguros e gostamos de viver. Haja frio, que o galgaremos de espaços quentes!

4 comentários:

Petunia disse...

O calor humano também conta?

Pedro disse...

Claro que sim, principalmente esse. Nenhum calor externo criado pelo Homem nasce sem aquilo que a metáfora do calor interno designa: a emocionalidade expansiva do Homem.

Petunia disse...

Soa-me a espirito natalício...?

Pedro disse...

talvez...