Escrever é textualizar um dizer que, em princípio e a maior parte das vezes, se destina a uma terceiro anónimo, um leitor ideal (um pouco como o descreve Umberto Eco) relativamente ao qual exercemos o esforço de codificação do nosso discurso procurando respeitar a sua hipotética descodificação. Contudo, por vezes, tanto para quem escreve como para quem lê, torna-se irresistível escrever pensando em alguém e lendo interpretando-se como destinatário do texto. Nestes casos, cria-se na massa anónima uma leve ponte de sentido que só dois reconhecem e procuram com o tempo transformar em casa - aquela que, segundo Ruy Belo, é a responsável pela criação da palavra intimidade.
segunda-feira, setembro 05, 2005
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