sábado, setembro 03, 2005

Vergonha

Até poderia concordar com a guerra no Iraque, com a recusa em assinar o tratado de Quioto, com a liberalização da venda de armas, ou mesmo com a pena de morte. Poderia ser neo-conservador, liberal, achar belas e profundas as palavras de Bush, não resistir à sua expressividade invulgar, ou mesmo defender o estabelecimento de uma dinastia da sua família como governadora do mundo. Poderia. Mesmo assim, sentiria vergonha, sentiria sempre. Porque o poder americano perdeu-se no seu próprio poder, consumiu-se no império que deu ao mundo uma visão esgotada no lucro somente próprio. Deixou de ser esquecendo-se dos seus próprios pés de barro, dos corpos frágeis que alberga, da História que foi conquistando à água, que volta um dia, com as marés...

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