A verdade absoluta é um mito. Mas está lá, a chamar, a partir de nós, relativa. A sua possibilidade não existe, apesar de nos mexer como desejo de conforto e sono final. Serve para o movimento, servindo. E isso não nos furta a não absoluta, porque o falso existe, desperto, vigilante. Assim, no movimento de mergulho, descobrimos uma nova, aquela que nasce do encontro entre a construção e a revelação, no hiato indizível das duas, onde a genuinidade inteligente forma o lugar da criação manifestada e da manifestação criadora (a linguagem não nos dá a superação dos opostos). Aqui, podemos, talvez, contornar a verdade geométrica e demonstrativa ou a pura revelação teológica e, talvez, descobrir com vontade como é na relação entre os seres, no toque, que todo o destino humano se joga.
sexta-feira, novembro 18, 2005
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4 comentários:
A verdade é o existir do factual mediatizado por um sistema de oposições conhecido como linguagem.Esta não é a Habitação do Ser,mas é muito mais o solidificar-se de um sistema de produção social,cujo fim não é o toque humano,mas sua própria sobrevivência.Mesmo no mergulho mais profundo,não podemos nos subtrair a ele.
Não, de facto, não nos podemos subtrair ao sistema de produção social nem à linguagem que dele resulta. O fim deste sistema não me parece determinado, mas julgo que permanece em aberto. Nele, o toque é a experiência originária, a primeira das induções, e é neste toque que penso que podemos reencontrar o sentido que nos fez despertar, o qual não está antes nem depois da linguagem, mas no que nela há de encontro e motivo último. A verdade, assim, emerge imperfeita dos lugares onde tocamos e dizemos a alegria, momentos de concretização da nossa expansão vital , sem fundamento, mas imbuída de um impulso contínuo.
Pois eu lhe digo o objetivo desse sistema de produção social:o lucro.É claro que podemos mudá-lo,mas infelizmente essa é uma questão mais do que metodológica...
Apesar de a sociedade enquanto sistema abrangente ter de facto esse objectivo como dinamizador interno, julgo que não podemos reduzi-la essa dimensão económica - por mais que a sua expressividade o diga (o que vemos e o que nos chega pelos meios de comunicação -, pois existem espaços sociais, sub-sistemas, onde ela continua a existir enquanto sociedade mas onde é determinada por outras vivências (ex.: o simples facto de trocarmos mensagens neste blogue)
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