sexta-feira, novembro 03, 2006

Outono quente – pormenores (a tecla)

A tecla é um pormenor. Acciona. Condensa em si toda a possibilidade para que o símbolo que incorpora remete. Entre si e o que acontece: o enigma. E o que acontece é poderoso, impossível, mas real. Aparentemente, por causa dela, da tecla. Mas não, apenas por causa do entre ela e o acontecimento, o segredo emancipador da magia que do princípio dos tempos surge para paganizar a secularidade. Na tecla: princípio de tudo. Imitação humana do gesto de Deus quando criou, quando deixou espalhar-se o mistério sem mistério para o divino, mas divino e misterioso para o Homem. Hoje, sem Deus. Todavia, com tecla, várias teclas, múltiplos envios em potência, possível configuração total do futuro programado a partir de um presente: da tecla, do toque dos dedos na cultura, da vida dos Homens na matéria dos Homens.

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