Marquemos a marcador preto um pontinho no meio da rua que atravessamos todos os dias, paremos junto a essa bolinha negra assinalante e comecemos a dançar ridiculamente, o mais possível. Num qualquer jantar de família, do mais snobe e formal, procuremos sabiamente o gesto mais desajustado ao momento e realizemo-lo com toda a desfaçatez que o desprezo pelo normal e quotidiano pode ostentar. Imaginemos ainda: um primeiro-ministro de um qualquer país importante (que se diga muito disso), numa reunião, igualmente de ponta, com um seu par de outro país altamente empolgante, rodeado de protocolo até à finisterra do pelo cabeçudo, descalçar-se, meter os pés num alguidar cheio de água previamente preparado, bater repetidamente com o dedo mindinho na própria testa e cantar uma música dos Abba em falsete. Será isto o mais ridículo possível? Talvez não. Mas é um princípio. Encontrar o zénite do ridículo é não só um desafio à imaginação como a acção onde pode começar a revolução de todas as revoluções.
sábado, novembro 18, 2006
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