terça-feira, junho 28, 2005

A arte contemporânea II

A arte contemporânea é, de facto, um domínio fechado. Se as artes clássica e moderna ainda continham em si elementos significativos suficientemente universais para que um primeiro olhar pudesse encontrar sentido e fruir esteticamente do objecto, com a arte contemporânea essa possibilidade esbate-se e entra-se num âmbito quase esotérico. Podemos perguntar se isto merece um juízo de valor. Se sim, qual? Arriscando o negativo, justifico-o mediante a constatação de que esta clausura é principalmente sobre si própria, ou seja, além de apresentar uma linguagem particular, esta é uma arte maioritariamente auto-referente, o que a torna somente acessível a quem a pode estudar especificamente e amplamente compreensível a quem adquiriu um quadro teórico vasto sobre a arte em geral. Assim, as virtudes problematizadoras deste tipo de arte são focalizadas unicamente em si própria, o que, convenhamos, considerando a extensão e profundidade do mundo, é redutor. Todavia, é claro que o juízo de valor é uma provocação.

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