A chamada arte contemporânea (a herdeira de Duchamp) oferece um sem-número de resistências a quem a observa. Começa sempre por ser estranha e até insipiente: «isto até eu fazia!», «mas isto não é bonito!» e «o que é que o artista quis dizer com isto?» são algumas das reacções que surgem com frequência. Aconteceu-me o mesmo. E pensei: se tanta gente vê significado e importância neste tipo de arte, porque é que o comum dos mortais não o consegue? O que há aqui de interessante e ao mesmo tempo de oculto? Propus-me estudar o fenómeno. Hoje, depois de algumas leituras e exposições, posso dizer que o compreendo melhor e tornei-me, inclusive, num espectador interessado. Para já, posso dizer que, fundamentalmente, descobri: a matéria tornada conceito, a interpelação desconcertante feita ritual, a problematização dinamizando a criação e o pensamento transformado em arte, descentrando o olhar estritamente da estética para o fazer rasgar o senso-comum com o conceito que se abre. Contudo, esta arte ainda está fechada no seu umbigo.
segunda-feira, junho 27, 2005
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