quinta-feira, abril 21, 2005

A narrativa papal

Eu não tenho um novo Papa, mas é como se tivesse. Não vivo no meu mundo, mas é como se vivesse. Não construo a minha história, mas é como se a construísse. Esta última ilusão desilude-se quando se interpõe no meu curso, naquele que eu ia com outro desejo, a narrativa papal que acabo por querer seguir, já num novo desejo, desiludido da primeira e segunda ilusões. Impulso a impulso, lanço-me à informação, à história que a máquina constrói e que eu, sentado na poltrona dos sentidos, vou fazendo minha, juntando à minha substância essa história insubstancial.

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