Corre-se. Máquinas tornam-nos velozes, sustentam-nos num movimento maior que as nossas pernas. E vamos... hipnotizados pela magia que nos leva. Onde íamos? Quem se lembra onde íamos? Vamos a correr, bem sei. Mas onde íamos? Quem sabe o princípio sabe o fim. Onde íamos?! Mas não, ninguém sabe. As horas do comboio que nos leva piscam electrónicas junto a um velho que dorme, andrajoso e pobre. No ombro de quem espera sossega uma parede que se impõe ociosa a quem corre, por labirintos... por todos os lados as paredes formam labirintos, por onde corre quem corre, aquele que corre para o comboio, para não perder o emprego e um dia comprar um automóvel, no qual correrá, imerso no meio, ignorante do fim, sem saber o para quê além do imediato, para lá do vamos! que o faz correr.
quinta-feira, abril 28, 2005
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2 comentários:
Eu sou fascinada pelo caminho...
Eu também. O problema está na produção de sentido. O caminho é condição necessária, mas o sentido pode não lhe ser imanente, e aí caímos no absurdo...
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