sábado, abril 16, 2005

A palavra habita-o como estrada

Colocar a palavra na intenção expressiva, na imanência de um modo de ser que, dizendo-se, se torna mais próprio, porque no lugar exterior, na condição profética; esculpir a mesma carne com termos que reduzem e possibilitam, em paradoxo, em aporia, enquanto gestos de aproximação, de toque e afecto, doseados com pequenos divórcios; enfim, rasgar meticulosamente os silêncios e erguê-los em ditos libertadores de vida; tudo isto – eis o esforço inglório sempre possível. Porque o ruído rodeia o silêncio como cela, mas a palavra habita-o como estrada.

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