sexta-feira, abril 08, 2005

Não saber

E sem saber deveras, o rosto avança num futuro, resgatando ao tempo as formas com que enche o espaço, obrigando a que o seu movimento se transforme em vento sobre essa face cujos olhos tanto fazem como descobrem, tanto juntam como separam, tanto dão como recebem. Quem sabe deveras o seu ser? Quem aponta seguro o conceito absoluto? Não sabendo, somos, e isso nos vai salvando, minuto a minuto, da animalidade; ignorando, avançamos sob o risco do abismo, risco que nos liberta da toca onde ainda assim vamos guardando algumas certezas.

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