sábado, abril 23, 2005

A transcendência fascina-se pela imanência

sobre As Asas do Desejo de Wim Wenders

“A criança, quando criança, não sabia que era criança, tudo para ela tinha alma e todas as almas eram uma só”

Um hino à sensação do mundo, à dimensão estética em que o homem está permanentemente enredado, mesmo antes de dar por si. E o mais estranho é que não deixa de imaginar para lá dos corpos um outro destino que, se reparar bem, já se encontra na imanência do toque, a partir da qual a forma emerge como sentido e determina o seu conteúdo como ética. A transcendência está na imanência, dilui-se nela e desdobra-a como alma - em cada coisa uma alma, gerando-se a consciência e a liberdade. Para o ver, talvez a inocência de uma criança…

1 comentário:

Anónimo disse...

É um dos meus preferidos: o espanto da vida humana e do viver imerso num mundo, o infinito de todos os pensamentos que parecem abismos de palavras, a recorrência musical do "quando a criança...", a poesia... E tudo, como tão bem dizes, tudo tão imanente, tão perto do toque.