quinta-feira, março 10, 2005

Como deuses

Ninguém é verdadeiramente superficial. Mesmo a vida que aparenta a maior das vulgaridades, um estar embrenhado – permanentemente ocupado e pre-ocupado – nas maiores banalidades da existência, aquelas que habitualmente designamos por fúteis, até o indivíduo que parece jamais ter tido qualquer sentimento profundo, mesmo a pessoa mais levemente exterior em tudo, é profundamente profunda, abissal, de uma densidade cujo alcance é ignorado pela própria mas por vezes sentido, talvez como indizível, mas sentido, chorado e quase sempre não reconhecido pelos outros. Por isso, as palavras: nelas viajamos por nós mesmos e nos descobrimos como deuses das pequenas grandes coisas.

2 comentários:

Anónimo disse...

a grande parte dos exemplos dados nas explicitações filosóficas falam como se todo o homem fizesse parte de uma elite intelectual. mas embora todo o homem tenha esse abismo, essas profundezas nem todo tem consciência disso.
é necessário encontrar a filosofia nas coisas mais simples, no foclórico, no popular!

Pedro disse...

Concordo, talvez ir verdadeiramente às coisas, bem mais longe que Husserl...