quinta-feira, março 31, 2005

O nosso sentido II

O corpo sente o mundo, procurando nele aquilo que lhe dá prazer, fruindo a satisfação do desejo cumprido, apagando a impulsão que o colocou em movimento. E o sentido, onde está o sentido? Esgota-se neste hedonismo? Decerto a sua emergência nasce daqui, de uma força que se alimenta do que a rodeia, mas concretiza-se (simultaneamente) numa exteriorização que aparece endogenamente e que se hipostasia (no bom sentido) em ethos, oferecendo ao mundo aquilo que faz de si, onde o mundo é o poder ser de si. Assim, o corpo sente o mundo ao mesmo tempo que é mundo que se sente corpo. Nisto, não somos diferentes do mundo ou da natureza, somos eles fazendo-se próprios através de nós. Nós, que somos a clareira da vontade e da consciência, os lugares do sentido.

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