sábado, março 26, 2005

Estupidez

A vida é frágil, bem sei. Todos sabemos. Mas não o sabemos sempre. Nem o poderíamos saber sempre, pois ela se tornaria insuportável, assombrosa, petrificante. A todo o momento o fim espreita, mas é saudavelmente desprezado a favor de uma vida mais densa, livre e com sentido. Mas não exageremos, desprezar cautelosamente a perigosidade não é o mesmo que ignorá-la obtusamente. O português move-se na estrada como quem convida a morte, como quem a provoca ingenuamente, sem saber que é ela que vem, sem pensar que não é rápida que chega a vida, é rápida que vai. Ser assim não é ser inconsciente, é ser estúpido.

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