quinta-feira, março 03, 2005

Ver para querer?

Como é o meu olhar sobre o teu? Poderás tu dizer-mo, sem mo desdizeres? Onde nos entendemos? Em quê nos cruzamos? As palavras aproximam-nos decerto… mas… e os corpos? Que sentidos valorizamos? A visão, claro. Só vendo podemos crer (ou querer?), só a luz e a sua ausência desenham figuras, até as palavras o dizem, figurando. As palavras – essas que se deixarão de ouvir. Apenas lemos. E de pensar que talvez tenhamos começado a ler para reconhecer o corpo... aquele que não se vai deixar perder, aquele que espera surpreender-nos, aquecendo-se na aparente sonolência do silêncio e requintando a vontade (cega?) desconhecida que talvez estivesse no princípio de tudo e que está – estou certo – por trás de cada palavra que ainda finge ignorá-la.

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